Anualmente, em todo mês de junho (exceto
em períodos de pandemia), acontece o NBA Draft. Trata-se de um evento no qual
os times da NBA escolhem jogadores de fora da liga para compor seus times. Este
evento marca a possível ascensão ao estrelado para dezenas de jovens jogadores
que decidem tentar um futuro na maior e melhor liga de basquete do mundo. Para
as equipes, o evento representa a escolha de possíveis rostos a serem
estampados em outdoors, de propulsores de venda de camisas mundo afora, de
personagens que motivam a cobrança de ingressos com preços estratosféricos. Mas
lógico, tais rostos serão pagos somas “obscenas” em salários.
Os
fatores que tornam um rapaz uma estrela do basquete podem até ser fáceis de
enumerar, mas são igualmente fáceis de se identificar em um indivíduo
específico sem a convivência e o tempo necessários para conhecê-lo. Não são
raros os casos em que abusos de drogas, problemas psicológicos, crimes, perda
de motivação, problemas de temperamento e personalidade, e casos de doping que
ocorrem ao longo da carreira de um jogador. Portanto, os times precisam criar
mecanismos para identificar tais atributos, e diferenciar uma estrela em
potencial de um jogador para composição de elenco.
Cada
indivíduo possui atributos favorecem ou não a excelência no basquete. Para
organizar o raciocínio, vamos dividi-los em dois grupos: os fatores individuais
que têm pouca ou nenhuma maneira de serem manipulados pelos atletas, tais como etnia,
sexo, altura e envergadura são chamados de índices; e os outros que são mais suscetíveis
à manipulação como personalidade, motivação, e habilidades são chamados de
sinais. Apesar de os índices serem importantes, são os sinais que vão
influenciar de maneira mais marcante, jogo após jogo, se o atleta fará
aparições constantes no time em quadra, ou se esquentará o banco. O problema é
quando saber se um sinal reflete performances de uma lenda do esporte, ou
quando se trata de uma manipulação sutil para parecer melhor do que se é.
Na
tentativa de decodificar os sinais enviados pelos atletas o mais rápido
possível, os times contratam profissionais muito bem pagos, os chamados scouts,
que tentam continuamente decifrar esse enigma. Os jogadores se apresentam para
fazer uma bateria de testes físicos, de testes de habilidades, e participam de
jogos de pré-temporada, tudo de forma a sinalizar sua competência se tornarem
“a cara” do time.
Mas
apesar de seus esforços, as reais capacidades dos atletas só serão observadas
quando a bola subir em um jogo oficial. Após cada jogo, de acordo com a
performance do escolhido, as expectativas dos seus chefes são adaptadas de
forma a refletirem seu desempenho, pois eles acumularão mais informação sobre os
atletas. Assim, dependendo dos acontecimentos, as equipes ajustarão os salários
oferecidos ao jogador conforme suas habilidades vão sendo reveladas.
Assim,
a forma com que os jogadores decidem apresentar as informações sobre si podem
afetar decisivamente a escolha de um time numa noite de junho, e por
conseguinte, definir o rumo de suas carreiras quase que para sempre. A ideia
econômica aqui é justamente a da sinalização, que é utilizada pelas pessoas
para criar formas de diferenciarem das demais e indicar suas aptidões, preferências
e intenções.
Nenhum comentário:
Postar um comentário