Você gosta de música? Na verdade,
esta é uma pergunta um tanto tola. Talvez uma mais apropriada seja: quem não
gosta de música? Mas diga, como você ouve música? Você simplesmente coloca o
fone de ouvido e reage aleatoriamente? Gostaria de ter uma nova experiência ao
ouvir aquela música que te fez chorar tantas e tantas vezes? Este pequeno guia
te mostrará como. (Esse parágrafo está deveras parecendo uma propaganda de
vendas)
Apesar
de todos se identificarem com algum estilo musical, em geral, as pessoas não
procuram ouvir uma música de forma sistemática. O principal receio de se ouvir analisando
uma música é o de que, de alguma forma, a pessoa se tornaria um autômato
insensível, sem qualquer conexão sentimental com a música. Isso é verdade, pelo
menos no começo da jornada. Mas lembre-se que qualquer habilidade precisa ser
desenvolvida com paciência e persistência até que você não precise mais pensar
no que está fazendo, apenas agir de forma automática e intuitiva.
O
primeiro passo da jornada é repartir a música em quatro pedaços: ritmo,
melodia, harmonia e timbre. Ao dividir para conquistar, conseguimos observar os
detalhes de cada elemento sem sermos soterrados pela avalanche informações
encontradas em uma peça musical.
De
maneira simples, o ritmo é a sequência com que os sons são produzidos ao longo
do tempo; a melodia é a execução sequencial de notas musicais individuais; a
harmonia é a execução sequencial de notas musicais em conjunto[1];
e o timbre é o colorido do som que é produzido. Cada um desses conceitos têm
versões mais sofisticadas dentro do estudo da música, mas isso é irrelevante
para o nosso objetivo. A seguir, estão as dicas para o desenvolvimento da
percepção de cada elemento.
Ritmo:
o primeiro passo para dominar a noção de ritmo é prestar a atenção nos
instrumentos que conduzem a percussão da música. Mais usualmente, instrumentos
como a bateria e o contrabaixo exercem esta função. No entanto, dependendo
ou do estilo ou de uma música específica, qualquer outro instrumento pode assumir
esse papel. O segundo passo é estabelecer um pulso em intervalos constantes de
tempo, reagindo à pulsação da música (pode também contar 1,2,3,4), para isso, imagine
o movimento de um ponteiro que marca os segundos em relógio, essa é a sensação
de um pulso em intervalos constantes.
Melodia:
o primeiro passo é identificar o instrumento que está executando a melodia
principal da música, no caso de canções, obviamente, quem conduz a melodia
principal é a voz, mas este não é o caso em músicas instrumentais, portanto,
procure observar qual instrumento se destaca. Segundo, preste a atenção nos
movimentos da melodia, isto é, se ela permaneceu (mesma nota), subiu (ida para
uma nota mais aguda), ou desceu (ida para uma nota mais grave). A dica
essencial é tentar cantar as notas, mesmo que não seja totalmente afinado, isso
te dará noção de movimento requerida.
Harmonia:
a primeira dica é identificar se os sons trazem a sensação de tranquilidade,
paz, e sossego (sons consonantes), ou se provocam a sensação de choque,
perturbação, e desconforto (sons dissonantes). O segundo passo é tentar
identificar quais emoções o conjunto de notas te desperta. Tente começar com alegria
e tristeza, ajudará sua evolução no início.
Timbre:
nesse elemento, o passo mais produtivo é realizar o exercício de ouvir e tentar comparar
as suas ou os seus dois cantores favoritos. Perceberá que mesmo executando a
mesma nota musical, a qualidade do som é diferente, uns têm a voz mais “brilhosa”
e outros a voz mais “escura”, uns tem a voz mais “limpa”, outros tem uma voz
mais “áspera”. Após adquirir mais familiaridade, você conseguirá aplicar essa
ideia aos demais instrumentos.
Ao
tentar incorporar esses novos super poderes às suas experiências musicais, você
conseguirá identificar sons, descrever sentimentos, e lógico, impressionar os
amigos.
[1]
O termo harmonia pode também ser entendido como o estudo de notas, acordes e
escalas. No entanto, consideraremos a definição expressa no corpo do texto.
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